terça-feira, 10 de março de 2015

Tudo muito informatizado, mas menos bem resolvido


Estamos num tempo em que supostamente tudo pode ser tratado por telemóvel, internet, sites das mais diversas instituições, mas de repente, quando notamos que algo não está a funcionar como foi acordado, começa o Cabo das Tormentas. Se, por acaso, tudo corre bem, até não se fica mal. Mas por norma como é o inverso, entramos na trapalhada.

Começamos por ir aos sites devidos, e dificilmente encontramos contactos de email adequados. Quanto conseguimos encontrar, graças a qualquer “coisa” menos usual, um email de ligação, enviamos o nosso pedido/reclamação, mas não recebemos qualquer resposta, mesmo esperando uma semana, 7 dias.  

E vamos repetindo o email, e repetindo e nada, então optamos pela chamada para “aquele” número, que tudo nos resolve. E aí vem música, e uma voz que nos vai informando, se quer “isto” carregue no 1, se aquilo no 2 e normalmente vai até ao 5. Lá carregamos no que pensamos ser mais próximo do que necessitamos, e, vem mais música a dizer que ainda não vamos ser atendidos, e ficámos assim 5 minutos. 

Até que achamos estar a ser atendidos, quando nos aparece outra mensagem a pedir para digitarmos o nosso número, que nós pensávamos já estar mais que adquirido pelos automatismos de quem estávamos a tentar falar. Bem, lá deixámos no nosso número de contacto, e nunca mais somos contactados. Até que optamos por nos deslocar a um “loja” a um ponto físico de apoio. 

E aí, depois de tirarmos a correspondente senha, esperámos uma boa meia-hora, somos chamados mas ainda não é bem esse serviço, dão-nos outra senha e depois de mais meia-hora de espera, lá conseguimos ser finalmente atendidos, colocar o nosso problema e a pessoa com quem estamos a falar, diz-nos termos razão – ficámos todos contentes, alguém nos deu razão - mas nada lhe ser possível resolver. E dizem-nos, na hora, para escrevermos numa folha de reclamação o que achamos não ter corrido bem, que depois, haveremos de ter uma resposta.

Bem, vamos para casa sem o problema resolvido, mas com a ideia de que irá sê-lo desta vez, e guardámos a cópia que nos facultaram amavelmente, da reclamação que fizemos. E espanto dos espanto, quando em casa vamos ao nosso email, temos uma resposta ao que por esta via tínhamos enviado, faz duas semanas, a informar que estão a tentar resolver o assunto e logo que possível entrarão connosco em contacto. 

Das duas, uma: ou de facto o ser humano ainda é indispensável e não vamos, felizmente, ser substituídos em tudo e em nada por máquinas e maquinetas, ou todos estes modernismos que nos desumanizam, estão mal programados.

Esperemos que haja mais estima por todos, e todos a si mesmos se respeitem, respeitando-se e respeitando-nos, e que se recomece a olhar para as Pessoas como Pessoas que de facto somos e queremos humanamente continuar a “ser e estar”, não como algo descartável e menos necessário, uma vez que sem Pessoas a Terra não tem razão de existir.

Augusto KÜTTNER DE MAGALHÃES
7 de Março de 2015

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