quarta-feira, 18 de março de 2015

Ler Livros: tão necessário, tão em desuso


A leitura, essencialmente de Livros e de qualidade, de princípio a fim, está desgraçadamente a deixar de acontecer. Muitas pessoas, hoje, entre os 18 e os 45 anos, “gabam-se” de nunca ter lido um único livro e assumem que não acham ter-lhes feito qualquer falta.

E, se este grupo etário vasto nunca gloriosamente leu um Livro, completo, é mais que evidente que o mesmo venha a acontecer a seus filhos, e assim continuamente.

A voluntária não leitura de livros, que também se estende à não leitura de jornais, de preferência, evidentemente de qualidade e não sensacionalistas, vem sendo substituída pelo que “passa” em redes sociais, na Internet – vulgo net – e em televisões.

Como é evidente as opções, as escolhas, nos meios atrás referidos ficam sempre tremendamente limitadas, uma vez que são “impostas” por outros, ficando muito mais limitadas, que a opção de visitar uma Livraria, mais ou menos classifica, e ver o que lá é possível escolher. E, assim, tantas livrarias estão a morrer.

Assume-se que a leitura, completa, de um livro não é importante, não é necessária. E o vocabulário diminui a cada dia que passa, a conjugação do verbo com o sujeito não existe e com o suposto Acordo Ortográfico que nem o virá a ser – felizmente – vale cada um escrever como bem entender, mesmo que já nem português possa ser.

Porém, se quisermos não ser antiquados mas minimamente realistas – por certo cada vez menos e cada vez mais em vias de extinção – saberemos que o Livro é uma fonte de forte influência na “habilidade de saber ler”, na captura de conhecimentos e sabedorias, bem como e não de somenos importância, num aumento do vocabulário, que deixa de ser a “chapa batida” usada, por todos, e não poucas vezes carregada de todo o tipo de erros.

Por certo, hoje, é cada vez mais conseguível e útil ler livros por meios digitais, substituindo o papel. Mas, para que tal possa efectivamente acontecer, compete-nos, a todos e cada um, conseguir ainda fomentar a leitura completa, de princípio a fim, de Livros, que deveriam ter que voltar a fazer parte integrante do nosso quotidiano, de forma voluntária, normal, corriqueira, e não, necessariamente imposta.

Assim, a começar na família, os hábitos de leitura deveriam urgentemente ter que regressar, claro que mesmo em Livro Digital, se for a escolha livre, e até em leituras conjuntas que poderia – deveria – substituir-se às televisões e outras situações que nos são impostas, de fora, bastando ligar botões, tudo muito fixe e modernaço, e cada um em conjunto se isolar, como se não estivessem mais pessoas, no mesmo espaço. Tão vulgar, hoje.

Nas escolas o objectivo deveria ter que ser o mesmo, ler como uma forma activa de querer melhor aprender e melhor ser. Com telemóveis e todas as modernidades idênticas, desligadas.

Talvez, não seja fácil, mas se nos conseguirmos e quisermos ajudar, empenhando-nos no Livro, voltará este a cumprir sua tarefa educativa em todas as idades, em papel ou não, e não se ficará como cada vez mais se está, imaturo, e a ler tudo pela rama!

Augusto KÜTTNER DE MAGALHÃES
18 de Março de 2015

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