sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Até que enfim!

"Enquanto deputado, nunca recebi qualquer valor da Tecnoforma."

Ok. Pronto. Era assim tão difícil dar uma resposta clara aquilo de que era acusado?


E agora vem o resto: a miserável (im)postura moral de António José Seguro. Só tenho uma coisa a dizer: ele que mostre as contas dele em 1997-99 e as declarações fiscais, antes de as exigir aos outros. Trata-se de facto da exigência de um miserável strip-tease fiscal e bancário, que ninguém de boa fé pode exigir seja a quem for.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Os passos de Passos


Chato! É o mínimo que se pode dizer.

Quando as coisas pareciam encaminhar-se para uma, digamos, normalidade democrática, à beira de sabermos quem é que finalmente vai encabeçar a oposição, agora que a troika desamparou a loja, eis que desaba uma tempestade sobre a cabeça do 1º Ministro.

E não, não é uma tempestade num copo de água, é uma coisa realmente séria. A ideia de que o actual Primeiro, há 15 anos se andou a locupletar com um salário elevadíssimo pra a época de 1.000 contos por mês, para presidir a uma ONG (!) criada pela Tecnoforma - essa coisa fatal - para angariar subsídios fora do país, já é má demais.

Que tenha sonegado esses elevadíssimos rendimentos ao fisco, é uma catástrofe moral de primeira grandeza.

Que tenha compactado a sua acção com a ganância que leva a enganar a Assembleia da República para obter um subsídio de reintegração a que não teria qualquer direito, é agoniante.

Como muita gente que chega aos cargos máximos deste pobre País sem qualquer espécie de preparação ou curriculum, os passos que Passos deu na vida completam agora o seu círculo venenoso para lhe caírem em cima da cabeça.

Espero sinceramente que seja tudo mentira, tudo falso e que a PGR explique o que Passos agora lhe pede que explique, porque a não ser, as consequências são más de mais para ser verdade.

Porque a ser verdade, a primeira conclusão a tirar é que teríamos como 1º Ministro um aldrabão, um arranjista, um defraudador do fisco, um criminoso de colarinho branco, alguém que não pode encarar o seu passado sem um frémito de vergonha. Um horror.

Se não for verdade, o que espero com toda a minha alma, espero bem que a força da Justiça caia como um raio certeiro sobre quem difamou.

Se for verdade, espero que Passos se demita, desapareça de cena e não nos embarace a todos com a sua presença, para nunca mais.

Agora, há uma coisa que é verdade: se fosse tudo mentira, não seria normal que em vez de alegar amnésia, o Primeiro-ministro de Portugal (valha-me Deus, isto não é, como diria o Costa, o Cabaret da Coxa), tivesse já desmentido e explicado?

Irra, que é demais!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Amadorismos arrogantes dão tragédias nacionais

O "grande chefe" observa de cátedra, enquanto a justiça se esfarrapa...


Ao longo destes três anos decidi não falar no sector da Justiça: há sempre uma «má-vontade» latente entre sucedidos e sucessores e decidi dar a Paula Teixeira da Cruz o benefício da dúvida.

Basicamente, a actual Ministra da Justiça orientou a sua acção para três vectores, nenhum dos quais tendo seja o que for a ver com a troica:

Em primeiro lugar, uma vindicta pessoal em relação à acção executiva, da qual diz mal desde 2003 e que mudou para pior;

Em segundo lugar uma há muito ansiada reforma do Código de Processo Civil, que encontrou preparada (João Correia) e pronta a fazer entrar no processo legislativo, mas que teve a coragem de fazer andar;

Em terceiro lugar a tão discutida e falada questão do novo mapa judicial.

Confesso que nunca entendi a razão de ser e necessidade da reformulação do mapa de comarcas que PS e PSD discutiram e decidiram pôr em vigor desde 2005 (Pacto da Justiça). 

Obviamente que concordo com a necessidade de aumentar a especialização judicial, o que de alguma forma implica uma concentração de meios, mas discordo em absoluto – como já discordava em 2005, razão pela qual o CDS de então se recusou a aderir ao dito Pacto da Justiça – que aquele objectivo seja melhor alcançado através da redução do número de “comarcas” de cerca de 300 para 23…

Por mim, o objectivo teria ficado bem melhor servido, com uma aproximação gradual, através da criação de tribunais de círculo especializados, numa lenta mas bem consolidada concentração de meios, que teria obrigado um Ministro responsável a prever e realizar as respectivas estruturas, desde 2005, há nove anos… Não foi o que aconteceu, como todos sabemos.

Se a opção era por «isto», então estruturas e suportes, deviam ter sido postos em estado de prontidão, desde 2011, pelo menos.

Com tempo e preparação, teria sido criado um novo suporte informático, inteiramente concebido para funcionar na internet, havendo aliás muitos programas já feitos, que podiam ter sido adequados ao propósito. As sincronizações podiam e deviam ter sido feitas desde o início do ano de 2014, e a 30 de Agosto, ter-se-ia feito a última, de rotina, desligava-se o velho Citius e ligava-se o novo Citius, e já está…

Da mesma forma, a imensa tarefa de redistribuição e transporte físico de processos, para tribunais previamente preparados para o efeito, teria de estar completa em meados de Agosto.

Ou seja, numa reforma desta dimensão – inútil, valha a verdade, porque como se verá nada vai mudar para melhor – só uma operação realizada com rigor militar e mil cautelas e preparações podia ser aceitável.

Tudo o que aconteceu – o inacreditável amadorismo, as soluções em cima do joelho, as obras à última da hora – é o contrário daquilo que é uma reforma: o que aconteceu é um crime contra a Justiça em Portugal.

Talvez não esteja previsto na Lei, mas quem o cometeu não pode escapar apenas com um pedido de desculpas. Convinha que se afastasse muito rapidamente do cenário do crime, e deixasse quem sabe, trabalhar.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

É extraordinário!

Paulo Portas (tinha feito um voto de que não falaria nele neste blog, mas bom, pronto...), veio no Domingo declarar, no seu tom «muito definitivo» e a propósito das demissões no BES (Novo Banco), que é necessário que as pessoas passem a «pôr o interesse do país à frente dos seus interesses pessoais».

Em suma, Vitor Bento não teria noção do interesse público, do interesse nacional, sendo um mero e mesquinho egoísta. E ainda para mais, um mau profissional…

Eu quando vi, pensei que Portas, com o fino sentido de humor que tem, estava a gozar connosco: estaria a falar dele próprio?

Mas afinal, quem foi o Ministro dos Negócios Estrangeiros que em 2013 se demitiu «irrevogavelmente», em plena crise nacional da troika, por causa de uns diferendos mesquinhos e palermas com o líder do PSD?

A diferença entre ele e Vitor Bento, é que ele é o nº 2 de um Governo que não parou de impor sacrifícios aos Portugueses em nome de um bem maior, o da salvação da Pátria e Vitor Bento era apenas mais um gestor bancário encarregue, parece, de recuperar a imagem de um banco e vendê-lo. Não é bem a mesma coisa.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Alguém com bom senso

Mas até que enfim! Alguém no Governo, o Miguel Poiares Maduro, veio confessar o obvio: este governo é uma «coisa» de esquerda, nada, mas nada, liberal e o sonho deles é redistribuir (o dinheiro que nós ganhamos) para poder ganhar eleições - bom, esta parte, ele não disse, mas fica subentendido.




Eu já desesperava que alguém do governo tivesse a coragem de confessar que no fundo, nem por isso tão lá no fundo, eles são é uns grandes socialistas. Em vez de um rugido liberal, um miar socialista!