sexta-feira, 17 de maio de 2013

Volatilidade parlamentar ou agenda desfocada


A Assembleia da República aprovou, hoje, por maioria (99 votos a favor, 94 contra e 9 abstenções, um projecto de lei do PS dirigido a introduzir na lei a adopção em uniões homossexuais, no quadro da chamada "co-adopção". 

A habilidade do projecto justifica muitos comentários e reparos, traduzindo-se de novo na instrumentalização de crianças (e da ideia de crianças) para fazer avançar uma agenda ideológica. Noutra altura o farei.

Desde já, numa votação legislativa e, portanto, política, o que cabe criticar à cabeça é que a chamada "maioria" (ainda merecerá este nome?) tenha, primeiro, perdido a votação e, segundo, a tenha até perdido claramente, por 5 votos de diferença. Este é um caso flagrante - e lamentável - de incompetência política das direcções do PSD e do CDS, bem como da maioria no seu conjunto.

Como é que uma "maioria" parlamentar folgada, que dispõe de 34 votos de vantagem sobre a esquerda  (PSD+CDS = 132 deputados; esquerda = 98 deputados), perde uma votação para a esquerda e por 5 votos de diferença? Ainda por cima em matéria que é estruturante e fundamental.  O facto, revelador, é, a um tempo, sintomático e inexplicável.

Com isto, a acrescer às trapalhadas dos últimos tempos e que se adensaram nas últimas duas semanas, a coisa não fica famosa.

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